exclusivo: ANTI-FASCISTAS LANÇAM ONDA DE PROTESTOS CONTRA TRUMP
Antonio Barbosa Filho (*)
Neste 4 de novembro, os grupos que se identificam como “Antifas” (Anti-Fascistas) lançam uma série de protestos simultâneos nas vinte mais importantes cidades dos EUA, prometendo mantê-los “até que o regime Trump seja removido”. Os antifas surgiram como resposta aos inúmeros grupos de extrema-direita, racistas e neonazistas que tem protagonizado episódios violentos contra minorias e contra eventos culturais como debates e exposições. Tais grupos fascistas possuem ramificações em vários países, inclusive no Brasil.
Na convocação dos atos de hoje, os líderes antifas afirmam: “Nosso protesto deve crescer dia após dia, noite após noite, milhares tornando-se centenas d emilhares e logo milhões – determinados a agir para dar um basta ao grave perigo que o regime Trump/Perce coloca para o mundo, exigindo que todo esse regime seja removido do poder.
“Nossa determinação de persistir e não recuar compelirá o mundo todo a tomar posição. Todas as forças e facções da estrutura de poder terá que responder a nossas exig6encias”, conclui o manifesto convocatório. O movimento Antifa não orienta seus membros a se envolverem em atos violentos, mas compreendem “o necessário uso da violência para combater o autoritarismo.
Há poucos dias, na Universidade de Minnesota, os antifas impediram uma palestra do ativista de extrema-direita e blogueiro Lauren Southern, lançando fogos de artifício do lado de fora da sala, e depois cuspindo e dando tapas nos organizadores, que eram militantes do movimento fascista “Collegians for a Constructive Tomorrow”, além de quebram algumas bicicletas estacionadas.
A principal bandeira dos grupos de extrema-direita, alguns abertamente nazistas e pró-genocídio de negros e judeus, é acabar com o “politicamente correto”. Uma pesquisa do conservador Instituto Cato revela que 71% dos norte-americanos acham que “o o discurso politicamente correto silenciou discussões importantes que a sociedade precisa fazer”. Desde sua campanha, Donald Trump impulsionou o discurso de ódio e estimulou a violência contra os que discordam de suas idéias radicais. Em vários de seus comícios ele mandava a platéia expulsar a pancadas pessoas que protestavam ou jornalistas que ele considera incômodos.
A direita norte-americana vem alertando para o perigo de confrontos hoje, enquanto o Departamento de Segurança Interna diz que o movimento Antifa pode estar “engajado em terrorismo doméstico”. Como se sabe, os atropelamentos e ataques dos grupos de direita jamais foram tratados como atos de terrorismo pelas autoridades do governo republicano.
(*) Antonio Barbosa Filho é autor de “O Brasil na Era do Imbecis – o discurso de ódio da direita”, e editor do valepensar.net)